sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Contrato com Microsoft custa milhões ao Estado todos os anos

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A Associação de Empresas de Software Open Source Portuguesas (ESOP) calcula que o Ministério da Administração Interna (MAI) possa ter gasto vários milhões de euros a mais ao adjudicar directamente o licenciamento de programas informáticos à multinacional norte-americana Microsoft.
Em comunicado de imprensa, a associação explica que o Conselho de Ministros decidiu autorizar a realização da despesa com a aquisição de licenciamento Microsoft para os organismos do Ministério da Administração Interna para o triénio 2012-2014, não tendo sido aberto concurso público.

Já em 2009, idêntico licenciamento à empresa de Bill Gates custou ao estado português aproximadamente 10 milhões de Euros. A ESOP considera que a atitude do Governo “não respeita a lei da concorrência e os mais elementares princípios da boa gestão dos dinheiros públicos”.
Aquando da primeira adjudicação, a ESOP contactou a Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamento (DGIEE) do MAI, responsável pela aquisição, para saber onde tinha sido publicado o caderno de encargos, quais eram as necessidades específicas que o MAI pretendia cobrir com aquele licenciamento de softwaree que empresas tinham sido consultadas. No entanto, esses dados nunca foram fornecidos.
Na altura, a ESOP ofereceu os seus préstimos para reunir com a DGIEE na busca de alternativas com melhores funcionalidades e mais económicas, sem nunca ter obtido qualquer resposta.
“Três anos decorridos, a DGIEE do MAI continua a impor adjudicações sem cadernos de encargos públicos, sem requisitos técnicos públicos e sem consulta de alternativas”, observa a associação. A ESOP considera que “não poderá existir uma ‘relevante redução de despesa’, sem uma verdadeira concorrência e sem o fim de privilégios”.
Numa simulação, e admitindo que um dos contratos se refere ao licenciamento de software de produtividade para computadores pessoais com o sistema operativo Windows, a poupança seria de metade do investimento se optassem por programas de empresas portuguesas, sócias da ESOP.
Já sobre a possibilidade de o outro contrato se referir ao licenciamento do próprio sistema alternativo, o recurso a empresas nacionais ficaria por apenas um terço do valor investido, atendendo, nos dois casos, a que os contratos abrangeriam licenças para os quase 50 mil funcionários tutelados pelo MAI.
Na estimativa enviada à agência Lusa pela ESOP as poupanças poderiam atingir quase 4,5 milhões de euros, nos dois contratos, se tivessem sido realizados concursos públicos.
“Portugal não poderá sair da situação em que se encontra se continuarem a existir ‘áreas protegidas’, onde a concorrência não é admitida”, considera a Associação, que reúne mais de 20 empresas.

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