domingo, 25 de dezembro de 2011

Como manter amizades num mundo sem amor

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“Estas coisas eu vos mando, que vos ameis uns aos outros.” — JOÃO 15:17.
NA SUA última noite na Terra, Jesus incentivou seus discípulos leais a continuarem amigos uns dos outros. Momentos antes ele lhes havia dito que o amor que demonstrariam entre si os identificaria como seus seguidores. (João 13:35) Os apóstolos tinham de continuar sendo grandes amigos para poderem suportar provações futuras e realizar a obra da qual Jesus logo os encarregaria. De fato, os cristãos do primeiro século se destacaram pelo seu apego a Deus e uns aos outros.
Atualmente, como é prazeroso associar-se com uma organização mundial cujos membros seguem o exemplo daqueles cristãos do primeiro século! Estamos decididos a obedecer à ordem de Jesus de mostrar genuíno amor uns pelos outros. No entanto, nestes últimos dias, as pessoas em geral são desleais e sem afeição. (2 Tim. 3:1-3) As amizades que cultivam muitas vezes são superficiais e interesseiras. Para manter a nossa identidade como cristãos verdadeiros, temos de ser diferentes. Assim, vamos considerar: qual é a base das boas amizades? Como fazer verdadeiros amigos? Quando talvez seja preciso romper uma amizade? E como manter amizades edificantes?

Qual é a base das boas amizades?
As amizades mais sólidas se baseiam no amor a Jeová. O Rei Salomão escreveu: “Se alguém levar de vencida a um que está só, dois juntos poderiam manter-se de pé contra ele. E um cordão tríplice não pode ser prontamente rompido em dois.” (Ecl. 4:12) Se numa amizade Jeová for o terceiro “cordão”, essa amizade perdurará. É verdade que pessoas que não amam a Jeová também podem cultivar amizades satisfatórias. Mas, quando alguém se achega a outro por causa do amor mútuo a Deus, a amizade resultante é inabalável. Se surgirem mal-entendidos, os verdadeiros amigos tratarão uns aos outros de um modo que agrada a Jeová. Os que se opõem a Deus talvez tentem causar divisões, mas esses inimigos logo descobrem que não é fácil romper amizades entre os cristãos verdadeiros. Ao longo da História, os servos de Jeová já provaram que preferem enfrentar a morte a trair uns aos outros. — Leia 1 João 3:16.
 Sem dúvida, as melhores amizades que podemos ter são com pessoas que amam a Jeová. Veja o exemplo de Rute e Noemi. Essas mulheres desenvolveram uma amizade das mais admiráveis no registro bíblico. Por que essa amizade era tão forte? Rute revelou a razão quando disse a Noemi: “Teu povo será o meu povo, e teu Deus, o meu Deus. . . . Assim me faça Jeová e assim lhe acrescente mais, se outra coisa senão a morte fizer separação entre mim e ti.” (Rute 1:16, 17) Obviamente, Rute e Noemi amavam muito a Deus, e permitiram que esse amor influenciasse o modo como se tratavam. Assim sendo, ambas foram abençoadas por Jeová.

Como fazer bons amigos

O exemplo de Rute e Noemi mostra que boas amizades não surgem por acaso. A base é o amor mútuo a Jeová. Além disso, amizades duradouras são resultado de muito empenho e abnegação. Até mesmo irmãos literais que adoram a Jeová numa família cristã precisam se empenhar em cultivar uma estreita amizade. Como, então, você pode fazer bons amigos?
 Tome a iniciativa. O apóstolo Paulo incentivou seus amigos na congregação em Roma a ‘seguir o proceder (ou caminho) da hospitalidade’. (Rom. 12:13) Para seguir um caminho literal é preciso dar um passo após outro. De modo similar, ser hospitaleiro envolve uma série de ações pequenas e regulares. Ninguém pode seguir o caminho da hospitalidade em seu lugar. (Leia Provérbios 3:27.) Um exemplo de hospitalidade é convidar diferentes pessoas da congregação para uma refeição ou lanche na sua casa. Que acha de incluir na sua rotina mostrar hospitalidade para com membros de sua congregação? Outra maneira de tomar iniciativa em fazer amigos é convidar diferentes pessoas para acompanhá-lo na pregação. Quando à porta de uma casa você ouve seu companheiro (ou companheira) falar de coração com o morador sobre o amor que ele (ou ela) sente por Jeová, é impossível não se sentir achegado a essa pessoa.
 Procure expandir seus vínculos afetivos. (Leia 2 Coríntios 6:12, 13.) Já chegou alguma vez a achar que não há ninguém na sua congregação com quem possa fazer amizade? Em caso afirmativo, não estaria você estreitando demais o seu conceito sobre quem poderia ser amigo ou amiga? O apóstolo Paulo deu bom exemplo em ‘alargar’ seus vínculos afetivos. Houve um tempo em que ele nem sequer imaginava fazer estreitas amizades com não-judeus. No entanto, ele tornou-se “apóstolo para as nações”. — Rom. 11:13.
 Além disso, Paulo não limitou suas amizades aos de sua própria faixa etária. Por exemplo, ele e Timóteo tornaram-se grandes amigos, apesar das diferenças de idade e de formação. Hoje, muitos jovens prezam as amizades que cultivaram com alguns mais idosos na congregação. “Eu tenho uma amiga muito querida que tem mais de 50 anos”, diz Vanessa, de 20 e poucos anos. “Posso falar com ela sobre qualquer coisa que falaria com amigos da minha idade. E ela se interessa muito por mim.” Como se formam amizades assim? Vanessa diz: “Tive de cultivar essa amizade, e não apenas esperar que ela acontecesse.” Você está disposto a fazer amizades com pessoas de diferentes idades? Jeová certamente recompensará seus esforços.
Seja leal. “O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo e é um irmão nascido para quando há aflição”, escreveu Salomão. (Pro. 17:17) Ao escrever essas palavras, Salomão talvez pensasse na amizade que seu pai, Davi, tinha com Jonatã. (1 Sam. 18:1) O Rei Saul queria que seu filho Jonatã herdasse o trono de Israel. Mas Jonatã aceitou o fato de que Jeová havia escolhido Davi para esse privilégio. Diferentemente de Saul, Jonatã não ficou com inveja de Davi. Não ficou ressentido por causa dos elogios que Davi recebeu, e tampouco acreditou na calúnia que Saul lançou contra Davi. (1 Sam. 20:24-34) Somos como Jonatã? Quando nossos amigos recebem privilégios de serviço será que nos alegramos com eles? Será que os consolamos e apoiamos quando sofrem aflições? Quando alguém fala mal de um amigo nosso, acreditamos logo no que se diz? Ou, assim como Jonatã, lealmente defendemos o nosso amigo?

Como manter boas amizades
A boa comunicação mantém viva uma amizade. Ao ler os relatos bíblicos sobre Rute e Noemi, Davi e Jonatã, Paulo e Timóteo, você notará que bons amigos se comunicam de maneira livre, porém respeitosa. Sobre como devemos nos comunicar, Paulo escreveu: “Vossa pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal.” Paulo se referia especificamente a como devemos falar aos “de fora”, isto é, aos que não são nossos irmãos cristãos. (Col. 4:5, 6) Se os descrentes merecem respeito ao lhes falarmos, quanto mais os nossos amigos na congregação!
 Bons amigos valorizam a opinião um do outro, por meio de uma comunicação que deve ser gentil e franca. O sábio Rei Salomão escreveu: “Óleo e incenso são os que alegram o coração, também a doçura do companheiro que se tem, devido ao conselho da alma.” (Pro. 27:9) É assim que você encara o conselho que recebe de um amigo? (Leia o Salmo 141:5.) Como você reage quando um amigo expressa preocupação com algum proceder que você esteja adotando? Encara tais comentários como gesto de bondade ou fica ofendido?
 O apóstolo Paulo tinha uma estreita relação com os anciãos da congregação em Éfeso. É provável que ele conhecesse alguns desses homens desde que se tornaram cristãos. Na sua última reunião com eles, porém, Paulo lhes deu alguns conselhos bem francos. Como eles reagiram? Os amigos de Paulo não ficaram ofendidos. Em vez disso, apreciaram seu interesse neles e até mesmo choraram porque achavam que não o veriam mais. — Atos 20:17, 29, 30, 36-38.
 Bons amigos tanto aceitam como oferecem sábios conselhos. Naturalmente, temos de discernir quando é o caso de ‘cuidar de nossos próprios negócios’. (1 Tes. 4:11) E reconhecer que cada um de nós “prestará contas de si mesmo a Deus”. (Rom. 14:12) Quando necessário, porém, um amigo amoroso bondosamente trará à atenção de seu companheiro os padrões de Jeová. (1 Cor. 7:39) Por exemplo, o que você faria se notasse que um amigo solteiro estivesse se envolvendo romanticamente com uma pessoa que não serve a Jeová? Deixaria de expressar sua preocupação só por temer prejudicar sua amizade? Ou caso seu amigo não acatasse seu conselho, o que você faria? Um bom amigo buscaria a ajuda de pastores amorosos no esforço de alertar o amigo que está dando um passo em falso. Fazer isso exige coragem, mas não causará nenhum dano duradouro a uma amizade baseada no amor a Jeová.
 Leia Colossenses 3:13, 14. Vez por outra damos aos nossos amigos “razão para queixa” contra nós, e eles também farão ou dirão coisas que nos aborrecem. “Todos nós tropeçamos muitas vezes”, escreveu Tiago. (Tia. 3:2) No entanto, o valor de uma amizade não se mede à base de quantas vezes ‘pecamos’ uns contra os outros, mas sim à base de quão amplamente perdoamos tais ofensas. Portanto, como é vital edificar fortes amizades por meio de uma comunicação aberta e por liberalmente perdoar uns aos outros! Esse amor demonstrado se tornará “o perfeito vínculo de união”.



Esta matéria foi Retirada da Revista "Sentinela"
Publicada Pelas Testemunhas de Jeová
http://www.watchtower.org/t/index.html

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