quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Davi Como Fugitivo do Rei Saul

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Encarregado dos homens de guerra, Davi foi saudado com danças e regozijo ao retornar duma expedição vitoriosa contra os filisteus, sendo a canção em voga naqueles dias: “Saul golpeou os seus milhares, e Davi as suas dezenas de milhares.” (1Sa 18:5-7) “Todo o Israel e Judá amavam a Davi”, e o próprio filho de Saul, Jonatã, fez com ele um pacto vitalício de amor e de amizade mútua, cujos benefícios estenderam-se ao filho de Jonatã, Mefibosete, e ao seu neto, Mica. — 1Sa 18:1-4, 16; 20:1-42; 23:18; 2Sa 9:1-13.
Esta popularidade provocou inveja em Saul, que ‘daquele dia em diante olhava continuamente com suspeita para Davi’. Duas vezes, quando Davi tocava música como em ocasiões anteriores, Saul atirou uma lança com a intenção de cravá-lo na parede, e em ambos os casos Jeová o livrou. Saul prometera dar sua filha a quem quer que matasse Golias, mas agora relutava em dá-la a Davi. Por fim, Saul concordou com o casamento de uma segunda filha, contanto que Davi lhe trouxesse “cem prepúcios dos filisteus”, uma exigência desarrazoada, que Saul calculava significaria a morte de Davi. O corajoso Davi, entretanto, dobrou o dote, ofertando a Saul 200 prepúcios e casou-se com Mical. De modo que agora dois dos filhos de Saul haviam feito amorosamente pactos com Davi, circunstâncias que fizeram com que Saul o odiasse ainda mais. (1Sa 18:9-29) Quando Davi novamente tocava na presença de Saul, o rei pela terceira vez tentou cravá-lo na parede com a lança. Protegido pela escuridão da noite, Davi fugiu, vendo Saul de novo apenas em circunstâncias diferentes e bem estranhas. — 1Sa 19:10.
Nos vários anos seguintes, Davi viveu qual foragido, fugindo constantemente de um lugar a outro, implacavelmente perseguido por um rei obstinado e iníquo, decidido a matá-lo. De início, Davi refugiou-se junto ao profeta Samuel, em Ramá (1Sa 19:18-24), mas, quando este lugar deixou de ser esconderijo, rumou para a cidade filistéia de Gate, parando em caminho para encontrar-se com o sumo sacerdote Aimeleque, em Nobe, onde obteve a espada de Golias. (1Sa 21:1-9; 22:9-23; Mt 12:3, 4) No entanto, foi apenas por fingir-se de demente, fazendo cruzinhas no portão, como uma criança, e deixando a saliva escorrer sobre a barba, que conseguiu escapar de Gate. (1Sa 21:10-15) Baseado nesta experiência, Davi compôs os Salmos 34 e 56. Em seguida fugiu para a caverna de Adulão, onde sua família e cerca de 400 homens desafortunados e aflitos juntaram-se a ele. O Salmo 57 ou o 142, ou ambos, talvez sejam comemorativos de sua estada nessa caverna. Davi prosseguiu movimentando-se — dali para Mispé, em Moabe, e então de volta para a floresta de Herete, em Judá. (1Sa 22:1-5) Enquanto morava em Queila, ficou sabendo que Saul se preparava para atacar, ao que ele e seus homens, que agora somavam cerca de 600, partiram para o ermo de Zife. Saul continuou a perseguição, num lugar após outro, do ermo de Zife, em Horesa, até o ermo de Maom. Quando Saul estava prestes a agarrar a sua presa, veio a notícia de um ataque filisteu, de modo que Saul abandonou a perseguição por algum tempo, possibilitando que o fugitivo escapasse para En-Gedi. (1Sa 23:1-29) Belos salmos, louvando a Jeová por prover o escape milagroso ( 18, 59, 63, 70), originaram-se de experiências similares.
Em En-Gedi, Saul entrou numa caverna para satisfazer uma necessidade natural. Davi, que estava escondido nos fundos da caverna, aproximou-se furtivamente e cortou a aba da veste de Saul, mas poupou-lhe a vida, dizendo ser inconcebível da sua parte ferir o rei, “pois ele é o ungido de Jeová”

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