terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Anorexia Nervosa

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Que é, então, anorexia nervosa? Como as pessoas a contraem e por que é tão extremamente difícil tratá-la e curá-la?

A perda de apetite não é incomum. Todos nós temos dias em que não sentimos vontade de comer. Isso chama-se “anorexia”, palavra tirada do grego, que significa perda de apetite. Essa bem comum interrupção na rotina normal da vida é logo normalizada à medida que o corpo descansa e o apetite volta.
Dá-se o contrário, porém, com os que sofrem de anorexia nervosa. The Shorter Oxford English Dictionary registra que essa “perda de apetite atribuível a grave distúrbio emocional resulta em emagrecimento”. Não é de admirar que pode tão facilmente conduzir à morte! Clinicamente, a anorexia nervosa é considerada distúrbio psicossomático, isto é, um distúrbio que afeta tanto a mente como o corpo. Para muitos, porém, trata-se duma simplificação exagerada de uma doença complexa e até agora ainda não bem entendida. Pode provocar grande sofrimento físico bem como muita angústia a todos os que se vêem às voltas com ela.

“Aconteceu Comigo!”

“Não diga: ‘Jamais acontecerá comigo!’ É assim que eu sempre pensava. Mas aconteceu!” Cândido conselho de Pat, cujo peso caiu drasticamente do normal 52 para pouco mais de 34 quilos. Seu relato prossegue: “Sempre fui uma pessoa sensível, sensata. Gostava de cozinhar e apreciava minha comida. Mas, quando passei a sofrer de anorexia nervosa meu inteiro caráter mudou. Ninguém podia dizer nada sem eu xingar em resposta. Tudo pelo que passei naquela época foi horrível e degradante. Às vezes eu deitava na cama e chorava por horas a fio. Eu era muito desditosa e infeliz.”
Recordando o passado agora, como moça recuperada e saudável, de seus vinte e poucos anos, Pat diz: “Exatamente por que tudo aconteceu, realmente ainda não sei. Poderia ter sido por qualquer uma de muitas razões.”
A dificuldade encontrada em não se ser capaz de determinar a causa exata do início da anorexia nervosa não é incomum, mas, existem fatores comuns que emergem de estudos de casos, e vale a pena considerá-los.
O Perigo de Fazer Dieta

Embora a anorexia nervosa possa acometer rapazes, as vítimas em geral são mocinhas. Em muitos casos, o fator principal é dieta que foge ao controle. Perder uma refeição esporadicamente não é perigoso, mas fazer dieta estrita e comer irregularmente é uma coisa diferente.
Mary, uma adolescente, confidencia: “Eu queria perder alguns quilos, de modo que decidi fazer dieta. Para perder um pouco mais, eliminei as refeições. Embora meus amigos me dissessem: ‘Oh! você está magra — está perdendo peso!’, sempre que olhava no espelho me achava a mesma coisa. Estranhamente, não via diferença alguma e ainda achava que estava muito gorda. Não demorou muito, porém, fiquei muito doente.” Que diz a mãe dela? “Se a minha outra filha viesse falar comigo a respeito de dieta, eu não deixaria isso passar de novo sem mais nem menos. Eu me interessaria mais no assunto e diria: ‘Vamos cuidar disso juntas’, de modo que quando ela estivesse fazendo dieta ainda teria uma nutrição saudável. O problema é que quando Mary teve anorexia nervosa era impossível raciocinar com ela.” Que é, então, que sai errado?
Por razões ainda não claramente entendidas, uma vez que o organismo atinge certo estágio de subnutrição, coisas estranhas podem acontecer. No caso de uma mocinha, a menstruação cessará. Um pouco mais tarde, poderão aparecer cabelos a mais nos braços e nas pernas, enquanto a pessoa sente repulsa ao alimento e é tomada por um sobrepujante desejo de permanecer magra. Inicialmente, uma vitalidade artificial assume o controle. Adicionalmente, conforme a mãe de Mary descobriu tarde demais, quantidade nenhuma de palavras convence a paciente (que é o que a essa altura ela se torna) de que seu comportamento é de algum modo anormal ou que a sua saúde — e talvez até mesmo a sua vida — estejam em perigo.

Saberia reconhecer se algum ente querido seu tivesse anorexia nervosa? Uma acentuada perda de peso é um sinal evidente ao qual estar atento, mas, surpreendentemente, nem sempre é fácil de distinguir. Por quê? Por que os portadores de anorexia amiúde recorrem a métodos imaginosos para ocultar sua real situação tanto de si mesmos como dos que tentam ajudá-los. Por vestirem muitas peças de roupa ou por carregarem volumes nos bolsos, enganam a si mesmos duma maneira difícil de ser percebida pelos seus amigos. Alguns chegam ao extremo do vômito induzido ou da purgação drástica para eliminar o alimento de seu organismo, mas, de novo, em geral sem que os em sua volta o percebam.
Muitos encaram a doença como peculiar ao mundo ocidental, mas esse não é o caso. “Os africanos se tornaram os melhores imitadores de outras culturas”, diz o dr. Daniel Kabithe, do Quênia. “Se emagrecer está tão em voga no Ocidente, as mulheres africanas são, também, vulneráveis ao emagrecimento compulsório.” Sumariando suas descobertas à base de um estudo sobre o assunto, o dr. Kabithe explica adicionalmente: “A anorexia é cultivada deliberadamente e a recusa da moça de comer visa atingir certo objetivo.” Essa doença pode ser algo mais do que simples problema de dieta. As emoções e o stress desempenham também a sua parte em provocá-la.

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