quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fim do Megaupload causa rombo na "pirataria" na Net

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O fecho do Megaupload está a deixar a Internet à beira de um ataque de nervos. A maioria dos sites de partilha de ficheiros está a retirar todo o conteúdo sujeito a direitos de autor e é mais difícil "sacar" um filme, uma série ou um disco recentes. Especialistas dizem que P2P vai beneficiar com esta situação.




O FBI está em vantagem na luta contra a pirataria na Internet. O fecho do Megaupload gerou uma onda de choque, primeiro, entre os internautas, que se sentiram indignados. Não tardou a reacção de empresas de alojamento e partilha de ficheiros. Por segurança, umas, apertadas pelo FBI, outras, começaram a limitar o acesso a ficheiros e apagar milhares de pastas com conteúdo susceptível de violar a lei dos direitos de autor.
O Rapidshare, que dividia com o Megaupload a liderança entre os sites de partilha de ficheiros, e primeiro candidato a preencher o vazio deixado após o fecho do site de Kim Dotcom, que está detido e acusado de extorsão, violação de direitos de autor e lavagem de dinheiro, não se atemoriza e diz que presta um "serviço absolutamente legal", comparável ao Dropbox, um sistema de arquivo de ficheiros.
"Não estamos preocupados ou amedrontados com este raid", disse Daniel Raimer, porta-voz do Rapidshare. "O arquivamento de ficheiros é um negócio legítimo", acrescentou, em declarações ao site "Ars techinca".
As palavras do porta-voz não condizem com os actos da empresa. O Rapidshare apagou milhares de ficheiros que poderiam ser problemáticos. Uma simples busca na Net por um filme, música ou série de televisão recentes arquivados no Rapidshare conduz à expressão "The file of the above link no longer exists" - ficheiro ou o link mencionado não existe.
Segundo o Rapidshare, isto pode acontecer por várias razões. "O uploader apagou o ficheiro; o ficheiro continha material ilegal e foi apagado dos nossos servidores pela equipa anti-abuso, o link estava incorrecto ou o servidor está demasiado ocupado e não consegue processar o pedido".
A mensagem "The file of the above link no longer exists" é comum à generalidade das empresas conhecidas por permitir armazenagem e partilha de ficheiros. Sites como o Zshare, que bloqueou três mil arquivos, o FileJungle, aque apagou cerca de 90% dos ficheiros, ou o Filesonic, que "limpou" milhares de ficheiros, aparentemente porque está sob investigação federal, não chegaram a ter tempo de se assumir como sucessores do Megaupload.
O Uploaded, que segundo alguns sites da especialidade foi banido dos EUA e estará sob investigação do FBI, justifica-se com excesso de tráfego. "Os nossos servidores estão carregados ao máximo por isso tivemos muito trabalho nos últimos dias", pode ler-se numa comunicação feita pelo administrador do site, justificando as dificuldades de acesso ao site. "Estamos a trabalhar dia e noite para resolver os problemas da infraestrutura, não esperávamos ter uma subida tão grande de tráfego e fomos apanhados desprevenidos", acrescentou.
O administrador do Uploaded explica que não está sediado nos EUA e que não tem problemas com o FBI. Fechou foi o acesso, "que era residual", a partir dos "States" para "prevenir quaisquer problemas com as leis norte-americanas. Pedindo "desculpa pelas baixas velocidades" do serviço, garante que o "site não será fechado" e que mantém o serviço de associação, que paga a quem carregar mais ficheiros.
Um serviço que existia no Fileserve, outro dos pesos pesados da partilha de ficheiros. Além de já não ser possível ganhar dinheiro com o carregamento de ficheiros, a empresa fechou contas e apagou milhares de ficheiros que podiam ser suspeitos. Segundo informações que circulam em sites de downloads na Net, o FilePost está a apagar todo o material, à excepção de documentos em pdf ou textos.
O 4shared estará, também, sob escrutínio do FBI, assim como o Mediafire, que já teria sido intimado a depor perante os "federais" americanos. Notícias que não foi possível confirmar. Certo é que o descarregamento de ficheiros destes sites está praticamente inviabilizado.
Aparentemente, o FBI ganhou o primeiro "round". Mas parece longe de ganhar o combate. "O meio de alojamento de ficheiros está louco, de momento, e temos muito a fazer", recorda o administrador da página do Uploaded. "É preciso deixar a poeira assentar", pode ler-se num conhecido site português de partilha de ficheiros, que diz estar "à procura de novos hosts" para onde transferir o material perdido.
"Foi um rude golpe, mas o que não nos mata torna-nos mais fortes e esta é mais uma etapa no nosso percurso. Demore o tempo que demorar podemos garantir que iremos recuperar tudo aquilo que seja possível e cá estaremos sempre a divulgar cultura", escreve o administrador desta página portuguesa, que, em tempos, foi fechada pelo FBI. "As certezas que temos neste momento é que a livre partilha irá continuar e o Warez não vai morrer!"
A sobrevivência dos sites de descarga de ficheiros através de "http" não parece estar em causa. É só uma questão de tempo até que os mais resistentes encontrem novos "hosts" onde colocar o material. Mas, alguns sites portugueses conhecidos e muito utilizados estão já fora de serviço "temporariamente".
Enquanto não regressam, a "normalidade da Net" mantém-se nos "torrents", que se baseiam no sistema Peer-to-Peer (P2P), que pode ser traduzido livremente como "entre pares", um tipo de serviço que possibilita a descarga de ficheiros alojados em vários computadores dos utilizadores. Os programas vão buscar a vários computadores no mundo "kapas" e "megas" de informação, que se juntam no terminal do utilizador.
Especialistas acreditam que o P2P vai sair reforçado com o fim do Megaupload e os constrangimentos que surgem em sites do mesmo género, que começaram a apagar ficheiros que podiam ser problemáticos. 

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