O castelo da Lousã pretence a uma das
primeiras linhas defensivas criadas para controlar os acessos
meridionais a Coimbra, em época do Conde D. Sesnando Davidis na segunda
metade do século XI. O reduzido perímetro da estrutura militar parece
corresponder a essa primitiva época de definição, embora as suas partes
constituintes tenham sido objecto de alterações ao longo da Baixa Idade
Média.
Nos primeiros
tempos da monarquia, a localidade desempenhou um papel importante, a que
não foi alheia a sua condição de vila de fronteira. Em 1124, uma
incursão islâmica tomou o castelo e, de novo na posse do Condado
Portucalense, foi agraciada com foral em 1151, por D. Afonso Henriques.
Por essa altura, já a Lousã não era uma zona fronteiriça, graças às
conquistas de Santarém, Sintra, Lisboa e Palmela, em 1147, mas era
necessário reforçar o seu povoamento.
É
possível que a configuração geral do castelo date de uma época
posterior, a rondar os finais do século XIII e os inícios da centúria
seguinte. Vários vestígios apontam para essa eventualidade, ainda que o
castelo não tenha sido objecto de um estudo monográfico rigoroso. Em
primeiro lugar, a relevância da sua quadrangular torre de menagem,
adossada à cerca e não incrita no interior do pátio, com acesso por
portal apontado ao nível do adarve. Em segundo lugar, o facto de a
entrada ser em cotovelo e protegida por dois torreões circulares que,
embora parecendo adaptar-se a uma planimetria prévia, terão sido
certamente reforçados e complementados por esta altura.
Esvaziada
de sentido a função militar, e secundarizada a própria vila numa Idade
Moderna voltada para o Atlântico, o castelo passou incólume pelos
séculos até à actualidade. Entre as décadas de 40 e 60 do século XX, a
DGEMN promoveu substanciais obras de reforço e consolidação,
responsáveis pela fisionomia actual do conjunto.
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