domingo, 1 de janeiro de 2012

A queda de granada

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1492- “ Mas, onde está Granada, palco da guerra santa? Quão numerosos eram os cavaleiros que no combate se igualavam a leões!”... Nos versos do poeta Yahyaa al-Qurtubi, pinceladas sobre um dos mais importantes episódios da história. Os muçulmanos já estava na Península Ibérica a cerca de oito séculos. Todos os atores do dia 2 de janeiro de 1492 tiveram a sensação de estar vivendo um acontecimento de grande importância. Mas cedamos a palavra a Bernardo del Rei, testemunha ocular da história: “Premidos pela fome e pela força das armas, os muçulmanos de Granada renderam-se ao Rei e à Rainha em 2 de janeiro de 1492, e , para que os soberanos pudessem entrar com toda a segurança na cidade, os muçulmanos enviaram como refém o filho de seu Rei, acompanhado de seiscentos cavaleiros e dos dois principais comandantes dessa cidade. [...] “No dia seguinte, ao amanhecer, o Comandante Supremo de Leon, liderando quinhentos cavaleiros e quatrocentos soldados de infantaria, saiu à procura daquele que era o líder... dirigiu-se ao palácio real, onde encontrou o Rei com trezentos homens armados...montou-se imediatamente um altar para celebrar a missa. Logo na chegada, foram desfraldados dezessete estandartes cristãos na torre principal. E, erguida a Cruz bem alto, todos cantaram em uníssono “O crux ave spes única”. Por três vezes os estandartes foram inclinados diante da cruz. Ao término do hino, um arauto do Rei ergueu-se na referida torre e gritou: “Santiago,Granada e Castela”. “Depois soaram as trombetas e crepitaram as salvas de bombardas. O Rei muçulmano então beijou as mãos de nosso Rei e de nossa Rainha”. O Rei e a Rainha, à frente de dez mil cavaleiros e cinqüenta mil soldados de infantaria fizeram uma solene e pacífica entrada. De fato, em 25 de novembro de 1491, Boabdil, Fernando e Isabel haviam adotado o texto que enumerava as condições de rendição da capital do Estado muçulmano. Logo a seguir foram libertados, como garantia do fiel cumprimento do acordo, quinhentos reféns muçulmanos. Os granadinos ainda obtiveram garantias dos seus bens , segurança das pessoas e liberdade de culto e comércio. Foi também acertada a não utilização de qualquer sinal distintivo e liberdade de emigração para a África do Norte após a venda de bens pessoais. Por fim, a possibilidade de preservar as armas e cavalos. Fernando e Isabel estavam determinados a não considerar seus futuros súditos como vencidos, em suma, foi um texto generoso. A guerra durou dez anos e iniciara-se em fevereiro de 1482 com a tomada da cidade de Alhama. A família dos násridas, que ocupava o poder em Granada, vinha sendo dilacerada por brigas dinásticas. Os “reis católicos” inteligentemente ergueram um acampamento em Santa Fé e, na verdade, o transformaram numa cidade para daí assaltar Granada: Segundo Pietro Martire, uma multidão de operários, extratores de rochas, pedreiros e carpinteiros se agitava incansavelmente” A confiança dos castelhanos era tal que o mestre Rodrigo Alemán havia gravado na madeira das estalas da catedral de Toledo, já em 1489, os episódios de uma guerra que ainda não havia acabado.

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