É bem provável que o relógio mecânico tenha sido inventado na China há mais de 900 anos. Desde então, houve muitas melhorias. Um avanço marcante ocorreu em meados do século 17 quando o pêndulo passou a ser usado. Graças a essa inovação revolucionária, os relógios se tornaram tão precisos que seu mostrador ganhou um novo recurso: o ponteiro dos minutos. É claro que o novo modelo — com um pêndulo, pesos e um mecanismo relativamente pesado — exigia uma caixa resistente que ficasse de pé. Isso resultou no que ficou conhecido como relógio de pé, ou apenas relógio de pêndulo, descrito por um especialista como um “relógio de precisão razoável e de funcionamento excelente, mesmo em condições climáticas adversas”.
A princípio, esses relógios valorizados eram fabricados apenas em cidades grandes na Europa, como Londres e Paris. Aos poucos, porém, passaram a ser fabricados até nos cantos mais remotos do continente europeu. Isso possibilitou que estilos artísticos locais embelezassem o modelo básico. O relógio podia ter um formato reto ou curvo, e estrutura fina ou robusta. Podia ser feito de madeira de pinho, ébano, mogno, carvalho ou nogueira, e sua caixa podia ser lisa ou trabalhada. O relógio de pé assim ganhou popularidade não só como um mecanismo excepcional, mas também como um item de decoração nobre e elegante.
Talvez haja mais um motivo de as pessoas ainda acharem o relógio de pé fascinante e atraente. Em certo sentido, ele parece humano. “É quase do tamanho de uma pessoa e tem uma aparência expressiva”, comenta a Dra. Sinikka Mäntylä. Seu tique-taque faz lembrar a batida do coração. Hoje, relógios de quartzo precisos e de preço acessível tomaram o lugar da maioria dessas grandes obras-primas. Mas, mesmo na correria da vida moderna, a presença de um relógio de pé ainda transmite uma sensação de tranquilidade. O livro Keeping Time—Collecting and Caring for Clocks (Marcando o Tempo — Colecionando e Cuidando de Relógios) diz: “Um relógio de pé com seu tique-taque constante e calmo também consegue de alguma forma acalmar o espírito e nos faz lembrar de uma época que parecia ser mais tranquila.”
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