terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Portugal: Forte de São Jorge de Oitavos – Cascais - Lisboa

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Edificado entre 1642 e 1648, e integrando o grupo de fortalezas joaninas que formavam uma linha defensiva entre São Julião da Barra e o Cabo da Roca, o Forte de São Jorge de Oitavos é um "(...) caso singular no conjunto das [fortalezas] que se ergueram logo após a Restauração ao longo da costa de Cascais.".

A sua localização permitia o cruzamento de fogo com as fortalezas de Nossa Senhora da Guia e de São Brás, causando um primeiro impacto de intimidação e persuasão face às armadas inimigas que se aproximavam da costa.

O forte apresenta planimetria poligonal, de lados desiguais, adaptando-se à falésia onde está implantado. As suas dimensões e a organização do espaço são "fora do comum" em relação às fortalezas contemporâneas construídas na costa de Cascais, uma vez que o recinto e a bateria apresentam grandes proporções. Do lado oposto a esta foram dispostos os alojamentos, cinco dependências que formavam um rectângulo.

Embora tenham sido executadas na fortalezas algumas obras de vulto, a sua estrutura manteve "(...) inalteradas, até finais do século XVIII, as suas características formais.". Na última década de Setecentos, devido à necessidade de modernizar o sistema defensivo, o Forte de São Jorge foi reformado, e embora a estrutura joanina se tenha mantido, a verdade é que estas obras originaram "um novo espaço fortificado".

Depois das Guerras Liberais, o forte entrou em progressiva decadência, sendo cedido à Guarda Fiscal em 1889. Nas últimas décadas do século XX passou para a posse da Câmara Municipal de Cascais, funcionando actualmente como espaço museológico.


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O Forte de São Jorge de Oitavos, edifício classificado como Imóvel de Interesse Público foi cedido à Câmara Municipal de Cascais pela Direcção-Geral do Património do Estado em 1999, com vista à sua musealização.

Após obras profundas que fizeram ressurgir o seu traçado original, este espaço cultural abriu as suas portas ao público a 1 de Março de 2001. O projecto de musealização incidiu na recuperação de todo o seu interior, enriquecido com uma reconstituição de época, com base num desenho datado de 1796.

Em Setembro de 2005 o Forte foi encerrado para a realização de novas obras de beneficiação e recuperação, de forma a solucionar alguns problemas entretanto verificados na sua estrutura. Esta intervenção, financiada pela Comissão de Obras, e correspondente a um investimento de 350 mil euros, consistiu na reparação e requalificação do seu espaço interior, bem como na reabilitação das muralhas envolventes, afectadas por um conjunto de patologias nefastas nos rebocos exteriores.

Após a conclusão dos projectos de arquitectura e especialidades, e de uma revisão dos conteúdos da sua área expositiva, o Forte de São Jorge de Oitavos reabriu ao público no dia 28 de Fevereiro de 2009.

Neste projecto foi acautelado o total respeito pelas características vernaculares da arquitectura seiscentista (o forte foi construído entre 1642 e 1648), onde se impõe uma planta poligonal com cinco lados desiguais, configurando o volume maciço da maior fortificação marítima entre o conjunto das que se ergueram ao longo da costa de Cascais após a Restauração (1640). O conjunto apoia-se sobre a falésia e espreita o mar com a sobranceria própria de um edifício militar, cuja construção se ficou a dever à necessidade de proteger as gentes da terra dos inimigos que se aproximavam por mar, piratas ou tropas invasoras, que encontravam naquele trecho recortado da costa cascalense um razoável ponto de possível desembarque. Essa vocação está presente em cada ângulo ou muro, na trincheira, nas guaritas e na cisterna, ou na bateria (miradouro), com as suas canhoeiras e merlões, onde actualmente repousam alguns canhões, peças de artilharia que bem evocam a antiga função.

Também as duas primeiras salas deste centro interpretativo recuperam, através do seu discurso expositivo, as memórias de acontecimentos vários, ocorridos ao longo do tempo e que marcaram de forma indelével a vida de quem aqui residiu e esteve ao serviço da defesa da linha de costa, em tempos de guerra ou de paz. A terceira sala é agora consagrada à realização de exposições temporárias, privilegiando-se temas relacionados com a história e vivências do Forte de S. Jorge Oitavos ou com a história de Cascais.

Através de pequenos textos, peças e imagens (algumas inéditas), inseridas num layout atraente, os visitantes terão uma percepção mais ampla dos aspectos relacionados com a construção da fortificação e do seu papel enquanto dispositivo militar, inserido no conjunto das muitas fortificações militares da defesa avançada da barra do Tejo. São também abordados alguns temas de maior especificidade, nomeadamente os que se relacionam com o desenvolvimento da artilharia e dos fardamentos, recorrendo-se a réplicas de uniformes e a gravuras antigas, bem como instrumentos que eram utilizados no antigo paiol e no serviço das bocas-de-fogo.

Principais características históricas: De planta rectangular, apoiado sobre a falésia, destinava-se ao aquartelamento de pequenas guarnições, especialmente de artilharia, com o objectivo de comandar o litoral entre o Guincho e a Guia, e evitar desembarques locais;
Fortificação artilhada com 4 peças e reforçada à força de infantaria, para guarnecer a linha de fuzilaria, sendo a sua lotação normal de 1 cabo, 3 artilheiros e 18 soldados;

Serviços que disponibiliza:
Visitas guiadas; visitas guiadas a grupos escolares; projecção de material audiovisual; utilização das instalações para iniciativas de interesse cultural.

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