Durante as Guerras
da Restauração, entre 1640 e 1668, foi delineada uma linha defensiva ao
longo da costa atlântica para impedir eventuais ataques da armada
espanhola. Na região do Alto Minho foram remodeladas diversas
fortificações já existentes, como o forte da Santiago da Barra, na foz
do rio Lima em Viana, ou o forte da Ínsua, em Caminha, fronteiro à
margem galega do Minho. Ao mesmo tempo eram construídas novas fortalezas
integradas nesta linha defensiva, para reforçar a defesa daquela zona
da costa, bastante permeável.
O
Forte de Paçô, ou Fortim de Montedor, foi construído nessa época,
reforçando o fogo defensivo dos fortes da Areosa e do Cão. Desconhece-se
a autoria do projecto da fortaleza, no entanto a estrutura apresenta
evidentes semelhanças com o forte da Areosa.
De
pequenas dimensões, o Fortim de Montedor desenvolve-se em planta
estrelada, com quatro baluartes desiguais. A face voltada ao mar é de
forma curva, a face oposta é côncava; nesta foi inscrito o pórtico do
forte, em arco de volta perfeita. No seu interior o espaço foi dividido
em pequenos compartimentos, formando um corredor no centro da praça.
A
importância defensiva do Fortim de Montedor manteve-se ao longo das
centúrias seguintes, tendo um papel preponderante tanto durante as
Invasões Francesas como nas lutas liberais de meados do século XIX.
Em
1983 o forte passou para a alçada da Região de Turismo do Alto Minho,
passando a ser equacionado o aproveitamento turístico e cultural do
espaço. No ano de 1995 foi elaborado um projecto da autoria do
arquitecto Luís Teles para adaptação do forte a restaurante,
posteriormente substituído por outro projecto, do mesmo arquitecto, para
instalar em Montedor um centro de interpretação e de apoio a percursos
ambientais. Actualmente o imóvel está a ser objecto de acções de
conservação e restauro.
Texto: IPPAR - C.O.
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