sábado, 14 de janeiro de 2012

Carros, no passado e no presente

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DESDE os primórdios, o homem se interessa por meios de transporte. No começo, ele dependia de animais para se locomover, mas tornou-se necessário encontrar maneiras mais eficientes de se deslocar de um lugar para outro. Um elemento importante foi a roda, que viabilizou o uso de carroças e carruagens puxadas por cavalos. No entanto, o século 19 trouxe inovações que revolucionaram o transporte de maneira antes inimaginável.
Aprimoramento de máquinas
Na segunda metade do século 19, o alemão Nikolaus August Otto criou um motor de quatro tempos movido a gás, o qual por fim substituiu os motores elétrico e a vapor. Karl Benz e Gottlieb Daimler, da Alemanha, desempenharam um papel importante como pioneiros na fabricação de carros na Europa. Em 1885, Benz dirigiu um triciclo que tinha um motor de dois tempos com um cilindro e que chegava a 250 rotações por minuto. Daimler já estava trabalhando em motores fixos movidos a gás desde 1872. Depois de mais de uma década, ele desenvolveu junto com Wilhelm Maybach um motor de alta velocidade com combustão interna e carburador, o que possibilitou o uso da gasolina como combustível.
Não demorou muito até que Daimler e Maybach construíssem um motor que alcançava 900 rotações por minuto. Mais tarde, eles construíram um segundo motor, que foi instalado numa bicicleta e utilizado pela primeira vez em 10 de novembro de 1885. Em 1926, as empresas Daimler e Benz se fundiram e começaram a vender seus produtos sob o nome de Mercedes-Benz. O interessante é que esses dois homens nunca se conheceram.
Em 1890, dois franceses — Emile Levassor e René Panhard — criaram em sua oficina um veículo de quatro rodas que tinha o motor no meio do chassi. No ano seguinte, eles colocaram o motor na parte frontal do veículo, onde ficaria mais protegido do pó e da lama das estradas sem pavimentação.
Automóveis acessíveis
Os primeiros automóveis eram muito caros, portanto além do poder aquisitivo da maioria das pessoas. Mas esse quadro mudou em 1908 quando Henry Ford começou a linha de montagem do modelo T, que ficou conhecido como forde-de-bigode. Esse carro revolucionou a indústria de automóveis. Era barato, versátil e de fácil manutenção. Mesmo pessoas com pouco poder aquisitivo podiam comprá-lo. Segundo o livro Great Cars of the 20th Century (Grandes Carros do Século 20), o forde-de-bigode “foi o que colocou a América — e por fim, o mundo inteiro — sobre quatro rodas”.
Hoje, quase um século mais tarde, muitos consideram o automóvel uma necessidade e não um luxo. De fato, um estudo publicado no jornal The Independent, de Londres, revela que as pessoas utilizam o automóvel até para fazer percursos de menos de um quilômetro.
Avanços tecnológicos possibilitaram ter não só maior velocidade, mas também mais segurança. De fato, tem havido nos últimos anos um decréscimo no número de acidentes fatais em diversos países. Para alguns prospectivos compradores de carro, a segurança tornou-se mais importante do que a estética. O aprimoramento de áreas de choque possibilita que a maior parte dos impactos seja absorvida por algumas partes do chassi; e a estrutura mais rígida em volta do motorista e do passageiro forma um invólucro de segurança. Freios ABS permitem maior controle do veículo em superfícies escorregadias. Cintos de segurança de três pontos dão proteção ao peito e ao quadril; já o airbag evita que a cabeça atinja o volante ou o painel em caso de colisão.
É claro que nada substitui bons hábitos ao volante. “De nada adianta projetar carros mais seguros se a maneira como dirigimos não é a correta; nem a mais avançada tecnologia em segurança será capaz de nos salvar se desconsiderarmos certas leis da física”, menciona o jornal El Economista, da Cidade do México.
Alguns automóveis hoje em circulação parecem verdadeiras casas ambulantes. São equipados com CD player, televisão, telefone e controles independentes de som e temperatura para os bancos da frente e de trás. Há carros com localizador por satélite, que ajuda os motoristas a encontrar o caminho mais conveniente até o seu destino, e alguns dão informações atualizadas sobre a condição das estradas. Evidentemente, possuir os recursos mais modernos e o último modelo de carro se tornou um símbolo de status para muitas pessoas — tendência essa que não passa despercebida aos fabricantes e aos publicitários.
Conforme observamos, o automóvel já rodou muito desde sua estréia há mais de um século. Se usado com responsabilidade e segurança, ele pode ser um excelente instrumento para viagens a trabalho ou para diversão.

[Nota(s) de rodapé]
Emil Jellinek, um dos maiores investidores da Daimler, sugeriu que a linha de produção adotasse o nome de sua filha Mercedes. Ele temia que o nome alemão Daimler não vendesse bem na França.
O custo inicial do forde-de-bigode era de 850 dólares, mas por volta de 1924 um Ford novo em folha podia ser comprado por apenas 260 dólares. A fabricação do forde-de-bigode durou 19 anos e nesse tempo foram fabricadas mais de 15 milhões de unidades.
Airbags podem ser perigosos se usados como o único dispositivo de segurança, especialmente para crianças e adultos de baixa estatura.

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