“O amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos; contudo, os seus mandamentos não são pesados.” — 1 JOÃO 5:3.
“ESTOU satisfeito com a minha religião!” Não é isso o que muitas vezes as pessoas nos dizem? Na realidade, porém, a pergunta deveria ser: “Agrada-se Deus da minha religião?” De fato, Deus requer algo daqueles que querem adorá-lo de forma aceitável. Devemos ficar surpresos com isso? De modo algum. Suponhamos que você possuísse uma bela casa, recentemente reformada a um alto custo. Permitiria que simplesmente qualquer um morasse nela? Claro que não! O locatário teria de satisfazer o que você requeresse dele.
De forma similar, Jeová Deus forneceu à família humana esta moradia terrestre. Sob o governo do seu Reino, a Terra será em breve “reformada” — transformada num belo paraíso. Jeová é quem realizará isso. A um elevado custo para si mesmo, para tornar isso possível, ele entregou seu Filho unigênito. Por certo, Deus deve requerer algo daqueles que viverão ali! — Salmo 115:16; Mateus 6:9, 10; João 3:16. Como podemos saber o que ele requer? Jeová inspirou o sábio Rei Salomão a resumir o que Ele espera de nós. Depois de Salomão refletir em tudo pelo qual se havia empenhado — incluindo riqueza, construções, interesses musicais e amor romântico — ele concluiu o seguinte: “A conclusão do assunto, tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda os seus mandamentos. Pois esta é toda a obrigação do homem.” — Eclesiastes 12:13.
“Os seus mandamentos não são pesados”
“Guarda os seus mandamentos.” Isso é basicamente o que Deus espera de nós. Será que ele exige demais? De modo algum. O apóstolo João nos diz algo muito reanimador sobre os mandamentos ou requisitos de Deus. Ele escreveu: “O amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos; contudo, os seus mandamentos não são pesados.” — 1 João 5:3. A palavra grega traduzida “pesados” significa literalmente isso. Pode referir-se a algo difícil de agüentar ou cumprir. Em Mateus 23:4, a mesma palavra é usada para descrever as “cargas pesadas”, as regras e as tradições inventadas por homens, que os escribas e os fariseus impunham ao povo. Entende o que o idoso apóstolo João está dizendo? Os mandamentos de Deus não são um fardo pesado, nem são difíceis demais para os cumprirmos. (Note Deuteronômio 30:11.) Ao contrário, se amarmos a Deus, cumprir os seus requisitos nos dará satisfação. É uma preciosa oportunidade para mostrar nosso amor a Jeová. Para mostrar que amamos a Deus, temos de saber especificamente o que ele espera de nós. Consideremos então cinco dos requisitos de Deus. Ao fazermos isso, lembre-se do que João escreveu: ‘Os mandamentos de Deus não são pesados.’
Absorvamos conhecimento de Deus
O primeiro requisito é absorver conhecimento de Deus. Considere as palavras de Jesus registradas no capítulo 17 de João. A ocasião era a última noite na vida de Jesus como humano. Jesus passara grande parte da noite preparando os seus apóstolos para a partida dele. Estava preocupado com o futuro deles, seu futuro eterno. Erguendo os olhos para o céu, orou por eles. Lemos no versículo 3: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” Deveras, a salvação deles dependia de ‘absorverem conhecimento’ tanto de Deus como de Cristo. Isto se aplica também a nós. Para ganharmos a salvação, temos de absorver tal conhecimento.8 Mas o que significa ‘absorver conhecimento’ de Deus? A palavra grega traduzida aqui por ‘absorver conhecimento’ significa “chegar a conhecer, reconhecer”, ou “entender plenamente”. Note também que ser ela traduzida ‘absorver conhecimento’ subentende tratar-se dum processo contínuo. Absorver conhecimento de Deus, portanto, não significa chegar a conhecê-lo apenas superficialmente, mas sim de forma íntima, desenvolvendo uma amizade com ele baseada no entendimento. A relação contínua com Deus resulta num sempre-crescente conhecimento dele. Este processo pode continuar eternamente, porque nunca chegaremos a aprender tudo sobre Jeová. — Romanos 11:33.
Como absorvemos conhecimento de Deus? Há dois livros que nos podem ajudar. Um é o livro da criação. As coisas que Jeová criou — tanto animadas como inanimadas — nos dão uma idéia do tipo de pessoa que ele é. (Romanos 1:20) Considere alguns exemplos. O ruído trovejante duma majestosa catarata, a rebentação das ondas durante um temporal, a vista dos céus estrelados numa noite clara — não nos ensinam essas coisas que Jeová é um Deus “vigoroso em poder”? (Isaías 40:26) O riso duma criança quando vê um cachorrinho tentando pegar a própria cauda, ou um gatinho brincando com um novelo de lã — não sugere isso que Jeová, o “Deus feliz”, tem senso de humor? (1 Timóteo 1:11) O sabor duma gostosa refeição, o cheiro agradável de flores num prado, as cores vivas duma delicada borboleta, o canto de pássaros na primavera, o abraço cordial dum ente querido — não percebemos nestas coisas que nosso Criador é Deus de amor, que deseja que usufruamos a vida? — 1 João 4:8.
No entanto, há um limite para o que podemos aprender sobre Jeová pelo livro da criação. Para ilustrar: Qual é o nome de Deus? Por que criou ele a Terra e colocou o homem nela? Por que permite Deus a iniqüidade? O que nos reserva o futuro? Para obter as respostas a essas perguntas, temos de recorrer a outro livro que transmite conhecimento de Deus — a Bíblia. Nas páginas dela, Jeová revela coisas sobre si mesmo, inclusive seu nome, sua personalidade e seus propósitos — informações que não podemos obter de nenhuma outra fonte. — Êxodo 34:6, 7; Salmo 83:18; Amós 3:7.
Nas Escrituras, Jeová transmite também conhecimento vital sobre outras pessoas a respeito das quais precisamos ser informados. Por exemplo, quem é Jesus Cristo, e que papel desempenha ele na realização dos propósitos de Jeová? (Atos 4:12) Quem é Satanás, o Diabo? De que forma ele desencaminha as pessoas? Como podemos evitar ser desencaminhados por ele? (1 Pedro 5:8) As respostas a essas perguntas, que salvam a vida, são encontradas apenas na Bíblia.
Será que é um fardo absorver tal conhecimento de Deus e dos seus propósitos? De forma alguma! Lembra-se de como você se sentiu quando soube que o nome de Deus é Jeová, que seu Reino restabelecerá o Paraíso nesta Terra, que ele deu seu Filho amado como resgate pelos nossos pecados, bem como ao saber de outras verdades preciosas? Não era como remover um véu de ignorância e passar a enxergar pela primeira vez de forma clara? Absorver conhecimento de Deus não é um fardo. É um prazer! — Salmo 1:1-3; 119:97.
Estejamos à altura das normas de Deus
Ao passo que absorvemos conhecimento de Deus, nós nos apercebemos que temos de fazer mudanças na nossa vida. Isto nos leva ao segundo requisito. Temos de estar à altura das normas de conduta correta estabelecidas por Deus e aceitar a Sua verdade. O que é verdade? Importa realmente a Deus o que nós cremos e o que fazemos? Hoje em dia, muitos evidentemente acham que não. Um relatório publicado pela Igreja Anglicana, em 1995, sugeriu que não devia ser encarado como pecado um casal viver junto sem estar casado. “A frase ‘viver em pecado’ estigmatiza e não ajuda nada”, declarou um bispo dessa Igreja.
Então, será que “viver em pecado” não é mais pecado? Jeová nos diz, em termos nada incertos, o que ele acha de tal conduta. Sua Palavra, a Bíblia, declara: “O matrimônio seja honroso entre todos e o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros.” (Hebreus 13:4) Relações sexuais antes do casamento podem não ser um pecado no conceito liberal de clérigos e de freqüentadores de igrejas, mas são um pecado sério aos olhos de Deus! E o mesmo se dá com o adultério, o incesto e o homossexualismo. (Levítico 18:6; 1 Coríntios 6:9, 10) Deus requer que nos refreemos de tais práticas, que ele considera impuras.
No entanto, não basta apenas refrear-se de práticas que Deus encara como pecaminosas. Os requisitos de Deus envolvem também o modo de tratarmos os outros. Na família, ele espera que o marido e a esposa se amem e se respeitem. Deus requer que os pais cuidem das necessidades materiais, espirituais e emocionais dos filhos. Diz aos filhos que sejam obedientes aos pais. (Provérbios 22:6; Colossenses 3:18-21) E que dizer de nossas crenças? Jeová Deus quer que evitemos crenças e costumes que se originam da adoração falsa ou que são contrários aos ensinos claros da Bíblia. — Deuteronômio 18:9-13; 2 Coríntios 6:14-17.
É para nós um fardo estar à altura das normas de conduta correta, estabelecidas por Deus, e aceitar a Sua verdade? Não quando consideramos os benefícios — casamentos em que marido e esposa se amam e confiam um no outro, em vez de casamentos desfeitos por causa de infidelidade; lares em que os filhos se sentem amados e queridos pelos pais, em vez de famílias em que os filhos não se sentem amados, mas negligenciados e não desejados; uma consciência limpa e boa saúde, em vez de sentimentos de culpa e um organismo estragado por Aids ou por outras doenças sexualmente transmissíveis. Os requisitos de Jeová certamente não nos privam de nada do que precisamos para usufruir a vida! — Deuteronômio 10:12, 13.
Mostremos respeito pela vida e pelo sangue
Ao passo que você harmoniza sua vida com as normas de Deus, chega a reconhecer como a vida realmente é preciosa. Consideremos agora o terceiro requisito de Deus. Temos de mostrar respeito pela vida e pelo sangue. A vida é sagrada para Jeová. Deve ser assim, porque ele é a Fonte da vida. (Salmo 36:9) Ora, até mesmo a vida dum filho ainda por nascer é preciosa para Jeová. (Êxodo 21:22, 23) O sangue representa a vida. Por isso, o sangue também é sagrado aos olhos de Deus. (Levítico 17:14) Não é de admirar, então, que Deus espere que encaremos a vida e o sangue assim como ele o faz.
O que requer de nós o respeito pela vida e pelo sangue? Como cristãos, não arriscamos desnecessariamente a vida só para sentir alguma emoção. Preocupamo-nos com a segurança e por isso certificamo-nos de que nosso carro e nossa casa sejam seguros. (Deuteronômio 22:8) Não usamos fumo, nem mastigamos noz-de-bétele, nem tomamos drogas viciadoras ou alucinógenas por prazer. (2 Coríntios 7:1) Visto que obedecemos a Deus quando ele manda que nos ‘abstenhamos do sangue’, de forma alguma aceitamos transfusões de sangue no nosso organismo. (Atos 15:28, 29) Embora amemos a vida, não procuramos salvar a vida atual por violar a lei de Deus e assim pôr em perigo a perspectiva de ter vida eterna! — Mateus 16:25.
Será que é para nós um fardo tratar a vida e o sangue como sagrados? De modo algum! Pense um pouco. É um fardo estar livre do câncer pulmonar causado pelo fumo? É um fardo estar livre do vício mental e físico causado por drogas prejudiciais? É um fardo evitar contrair Aids, hepatite ou outra doença resultante duma transfusão de sangue? É evidente que evitar tais hábitos e práticas prejudiciais é nos nossos melhores interesses. — Isaías 48:17.
Considere a seguinte experiência. Alguns anos atrás, uma senhora, Testemunha, que estava grávida de três meses e meio, certa noite começou a ter hemorragia e foi levada às pressas ao hospital. Depois de o médico examiná-la, ela o ouviu dizer a uma das enfermeiras que teriam de interromper a gravidez. Sabendo como Jeová encara a vida dum filho por nascer, ela negou-se firmemente a fazer o aborto, dizendo ao médico: “Se o bebê está vivo, deixe-o ali!” Ela continuou a ter hemorragias ocasionais, mas alguns meses depois deu à luz prematuramente um menino saudável, que agora já tem 17 anos. Ela explicou: “Informamos nosso filho sobre tudo isso, e ele disse que está feliz de não ter sido jogado no lixo. Sabe que servirmos a Jeová é a única razão de ele hoje estar vivo!” Seguir o conceito de Deus sobre a vida certamente não foi um fardo para esta família!
Sirvamos junto com o povo organizado de Jeová
Não estamos sozinhos em fazer as mudanças necessárias para harmonizar a vida com as normas de Deus. Jeová tem um povo na Terra e espera que o sirvamos junto com este. Isto nos leva ao quarto requisito. Temos de servir a Jeová junto com a sua organização, dirigida pelo seu espírito.No entanto, como se pode identificar os que são o povo organizado de Deus? Segundo as normas especificadas nas Escrituras, eles têm verdadeiro amor entre si, têm profundo respeito pela Bíblia, honram o nome de Deus, pregam o Reino dele e não fazem parte deste mundo iníquo. (Mateus 6:9; 24:14; João 13:34, 35; 17:16, 17) Há apenas uma só organização religiosa na Terra que possui todos esses marcos do verdadeiro cristianismo — as Testemunhas de Jeová!
Será que é um fardo servir a Jeová junto com o seu povo organizado? Não, não é! Ao contrário, é um precioso privilégio usufruir o amor e o apoio duma família mundial de irmãos e irmãs cristãs! (1 Pedro 2:17) Imagine que sobreviveu a um naufrágio e que esteja na água, fazendo força para não afundar. Quando acha que não agüenta mais, alguém num bote salva-vidas estende-lhe a mão. Sim, há mais sobreviventes! No bote salva-vidas, você e os outros se revezam em remar em direção à praia, apanhando outros sobreviventes no caminho.
Não nos encontramos numa situação similar? Fomos puxados para fora das “águas” perigosas deste mundo iníquo para o “bote salva-vidas” da organização terrestre de Jeová. Dentro dele, servimos lado a lado, ao passo que nos dirigimos para a “praia” dum novo mundo justo. Quando as pressões da vida nos fazem ficar esgotados no caminho, como somos gratos pela ajuda e pelo consolo de verdadeiros companheiros cristãos! — Provérbios 17:17.
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