Designação
Forte de São João das Maias
Localização
Lisboa, Oeiras, Oeiras e São Julião da Barra
Acesso
EN 6, Avenida Marginal
Enquadramento
Implantado
no extremo E. da enseada da Praia de Santo Amaro de Oeiras. Em posição
fronteira ao alçado principal, a SE., reconhece-se construção de planta
rectangular (edifício da colónia de férias).
Descrição
Planta
composta por pentágono irregular e trapézio, volumetria escalonada -
marcada pela presença de guaritas de corpo cilindrico ou
paralelepipédico e cobertura em cupulim -, cobertura efectuada em
terraço. Alçado principal, N., composto por pano de muro tripartido,
(dando sobre terreiro murado) abertura a eixo de portal de cantaria, em
arco de volta perfeita (sobrepujado por pedra de armas real e inscrição
alusiva à fundação), implantado em posição inferior relativamente ao
pavimento circundante. Alçado posterior (a S.), dando sobre terraço da
bateria e delimitado por muro vasado pelas canhoneiras, ostenta
superiormente merlões e na base jorramento. É vasado por arco de volta
perfeita a partir do qual se desenvolve corredor de acesso à capela (no
extremo N.). INTERIOR: organizado por corredor tranversal, lateralmente
ao qual se distribuem os compartimentos (dominantemente de planta
rectangular) e que permite o acesso directo à capela. Destaca-se o
vestíbulo ou sala de entrada, com lambril azulejar monócromo de padrão ;
CAPELA: pequeno compartimento rectangular coberto por abóbada de berço,
na qual se reconhece revestimento azulejar monócromo figurativo (Santa
Rosalia e São Roque).
Utilização Inicial
Militar: forte
Utilização Actual
Assistencial: colónia de férias
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Serviços Sociais das Forças Armadas
Época Construção
Séc. 17
Arquitecto | Construtor | Autor
Álvaro de Sousa
Cronologia
1644
- 53 - edificação do forte, pelo capitão de Álvaro de Sousa (conforme
refere lápide sobre a porta de entrada, encimada pelas armas reais),
segundo ordem do governador da fortaleza de Sao Julião da Barra (D. José
de Meneses, membro do Conselho de Guerra), certamente integrado no mais
vasto plano de fortificação costeira da barra do Tejo, no seguimento da
Restauração, sendo artilhado com 5 bocas de fogo e guarnecido com 20
soldados, 10 artilheiros e um condestável ; 1701 - é nomeado governador
do forte o 2º conde de Vila Flor, D. Cristovão Manuel (m. 1704) ; 1728 -
era governador do forte o capitão Manuel de Brito Freire ; 1730 - é
nomeado governador do forte (por falecimento do anterior) o sargento-mor
José da Cruz da Silva ; 1735 - a fortificação encontrava-se em bom
estado de conservação mas a sua artilharia resumia-se a 2 peças de
bronze, de calibrre 24, montadas e 12 fora de serviço ; 1751 - o estado
de conservação do forte não era bom, sendo as obras necessárias orçadas
em 1200$000 reis ; 1754 - aplicação de azulejos na capela por iniciativa
do governador, Roque Martins Ribeiro ; 1755 - a capela é bastante
danificada pelo terramoto, necessitando consequentemente de obras ; 1759
- reabertura da capela ao culto, sendo governador do forte Roque
Martins Ribeiro ; 1769 - o forte é dotado com maior poder de fogo,
construíndo-se a denominada bateria nova, no exterior do recinto
fortificado, a qual ainda se encontrava desartilhada a 18 de Agosto
desse ano ; 1793 - campanha de obras de beneficiação, reconstruindo-se a
bateria ; 1802 - o forte detinha então 24 bocas de fogo, 12 na bateria
nova, 8 na velha e 4 no terraço sobre a casa forte ; 1809 - o forte era
ponto terminal E. da denominada linha defensiva de Oeiras ; 1833 - era
governador do forte, então com 14 bocas de fogo, o Tenente-Coronel João
da Guarda Cabreira (nomeado para tal cargo a 9 de Novembro de 1831) ;
1837 - o forte possuía então 17 bocas de fogo em serviço, sendo pouco
depois desartilhado ; 1853 - campanha de obras (registada em lápide como
reedificação), sendo governador do forte o major Inácio José Perdigão
(e do de São Julião da Barra o general barão da Batalha); 1940 - alguns
terrenos pertencentes ao forte foram cedidos à Junta Autónoma das
Estradas, com vista à construção da Av. Marginal (por auto assinado a 13
de Janeiro) ; 1963 - no forte funcionava já a Colónia Balnear Infantil
da Brigada Naval da Região de Lisboa ; 1976 - cedência formal do forte
aos Serviços Sociais das Forças Armadas a fim de servir como colónia de
férias.
Tipologia
Arquitectura
militar, maneirista. Forte costeiro, de alvenaria, de pequena dimensão,
abaluartada com merlões e casa forte, coberta por um eirado, que servia
de alojamento à guarnição
Características Particulares
Fortificação
integrada na linha defensiva da Barra do Tejo. Armas reais sobre a
porta principal e uma inscrição alusiva à sua construção "Alvaro de
Sousa o fez em 1644". Capela com silhar de azulejos do séc. 18.
Dados Técnicos
Estrutura autoportante e estrutura mista
Materiais
Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos (séc. 18)
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