Localizado numa região
correspondente na actualidade ao município de Ourém, o castelo do mesmo
nome encontra-se estrategicamente situado no centro do país, na
confluência de antigas vias, numa zona dotada de assinalável diversidade
de recursos naturais essenciais à sobrevivência e fixação de
comunidades humanas, a exemplo dos inúmeros testemunhos arqueológicos
identificados até ao momento.
Conquistada,
em definitivo, aos mouros em 1136, Ourém foi doada (1178) por D. Afonso
Henriques (1109-1185) a sua filha Infanta Dona Teresa (Matilde), por
iniciativa de quem lhe foi conferido foral, constituindo, desde então,
parte dos territórios mais importantes das rainhas portuguesas, até que,
em 1384, D. João I (1357-1433) a concede, bem como o título de Conde de
Ourém, ao Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431).
É
em meados do século XV, com D. Afonso, Conde de Ourém e Marquês de
Valença, que as muralhas do primitivo castelo são rasgadas para
edificação do Paço, até ser destruído quase por completo pelo terramoto
de 1755. Entrou, então, num processo de degradação agravado pelas
invasões francesas, já no início do século XIX, sendo, no entanto,
contemplado no primeiro documento nacional de classificação de
estruturas antigas como "monumentos nacionais", datado de 1910, numa
confirmação da sua importância histórica, até que, na década de trinta
do século passado, foi objecto de obras de restauro e de beneficiação e
valorização, estas últimas já nos anos oitenta.
Destacado
na paisagem em local de difícil acesso, no topo do monte sobranceiro à
Vila, o castelo, originalmente edificado entre os séculos XII e XIII,
foi dotado de um grandioso Paço no tempo de D. Afonso, Marquês de
Valença (vide supra), nele imprimindo-se notória influência
arquitectónica italiana.
Desenhando
um triângulo, o conjunto que hoje observamos possui corpo central de
planta rectangular e dois torreões (torres largas e ameadas) insertos no
próprio muralhado de planta poligonal da Vila. Os dois pisos inferiores
foram completados com um amplo terraço circundado por balcão com
mata-cães sobre arcaria apontada assente em mísulas piramidais.
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