É
um dos mais bem conservados e espectaculares castelos portugueses.
Ergue-se no topo de um cabeço, contornado pelo curso do rio Côa que
vindo de sueste, inflecte a partir daqui para norte. Anterior à fundação
de Portugal, foi ocupado, em 1296 por D. Dinis, situação que só seria
reconhecida um ano depois, através do Tratado de Alcanizes. A este
monarca se deve a refortificação da vila, à qual concedeu, também,
foral. Restaurado no reinado de D. Manuel, recebeu as suas armas que
encimam, ainda hoje, a porta de entrada do castelo. Em 1811, durante a
III Invasão Francesa, as tropas luso-britânicas instalaram-se aqui para
preparar o ataque aos franceses em retirada. De planta trapezoidal, o
recinto fortificado apresenta quatro torres nos vértices, a alcáçova e a
sueste a torre de menagem, de mais de 20 metros de altura acima das
muralhas e de base pentagonal. Exteriormente, havia duas obras
exteriores de defesa, as barbacãs, uma a sul, com porta e uma outra a
noroeste, na encosta que desce para o Côa. O visitante atento reparará
na profusão de troneiras cruzetadas, aberturas para facilitar o tiro dos
defensores (primeiro com bestas e arcos, depois com incipientes bocas
de fogo). É imprescindível fazer o perímetro da muralha e subir às
torres, sobretudo à de menagem, para contemplar a vista. Nesta última, a
ascensão faz-se através de uma escada em pedra, que nos troços
superiores passa a madeira. Existem diversos patamares dando acesso aos
quatro balcões com mata-cães (cujos buracos no pavimento permitiam a
defesa vertical da torre). O último andar tem tecto de madeira
trabalhado, seguindo-se o acesso final ao terraço. Daqui de cima se pode
ter uma ideia da topografia da região, avistando-se uma parte do curso
do rio Côa, bem como o labirinto de curiosas casas de xisto que rodeiam o
cabeço onde foi implantado o castelo. Para sul, as montanhas que se
vistam assinalam já o território da Reserva Natural da Serra da Malcata,
com belas paisagens.
Classificado como Monumento Nacional –D.L. de 16/6/1910; D.L. nº 38147 de 5/1/1951; Z.E.P.-D.L. (2ªsérie) nº 282 de 6/12/1949
Fonte: lifecooler
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