O Forte de Santo Amaro do Areeiro,
também denominado como Forte de Santo Amaro do rio de Oeiras, Forte
Velho ou Forte do Areeiro, localiza-se em posição dominante a Oeste da
praia de Santo Amaro, na vila de Oeiras, freguesia de Oeiras e São
Julião da Barra, Concelho de Oeiras, Distrito de Lisboa, em Portugal.
História
Este
forte foi erguido no contexto da guerra da Restauração da Independência
portuguesa, por determinação do Conselho de Guerra de D. João IV
(1640-56), com o fim de reforçar a defesa da barra do rio Tejo,
coadjuvando a defesa proporcionada pelo Forte de São Julião da Barra.
As
obras foram iniciadas em 1647, sob a direcção do Governador das Armas
de Cascais, D. António Luís de Meneses, 3º conde de Cantanhede, tendo
sido concluídas em 1659. Na ocasião estava guarnecido e artilhado com
sete peças de diversos calibres.
Ao
se iniciar o século XVIII, um Decreto Régio (30 de Agosto de 1701)
nomeou como governador do Forte de Santo Amaro do rio de Oeiras, D.
Rodrigo da Costa. Posteriormente foi seu governador o cabo João Pedro
Fernandes (1723). Encontrava-se em mau estado de conservação em 1735,
sendo imperativa a substituição da porta principal. Na ocasião
mantinham-se sete peças de artilharia de ferro em bateria. Mais tarde,
em 1751, o estado de deterioração se acentuou, sendo-lhe apontada a
ruína. O orçamento estimado para os reparos necessários importava em
900$000 réis à época, tendo posteriormente sido efectuadas obras de
conservação e confiada a guarda das suas dependências a um oficial
residente.
À
época da guerra com a Espanha (1762-1763), no contexto da Guerra dos
Sete Anos (1756-1763), o forte estava sob o governo do alferes do
Regimento da Armada, Carlos José da Cunha, estando artilhado com oito
peças, das quais uma fora de serviço. Posteriormente sofreu obras de
conservação, vindo a ser inspeccionada pelo coronel de engenheiros,
Romão José do Rego (1793). Ao final do século, contava com uma guarnição
de seis artilheiros e seis peças (1798), tendo sido nomeado como seu
governador o sargento-mor do Regimento de Artilharia da Corte, Manuel
dos Reis (Decreto Régio de 17 de Dezembro de 1800).
Ao
se iniciar o século XIX, a guarnição do forte era constituída, além do
seu governador, pelo capitão-ajudante Bartolomeu Agostinho Pereira de
Carvalho, um furriel, dois cabos de esquadra e vinte soldados inválidos
de pé de castelo (inválidos) (1805). Em 1813, em boas condições de
conservação, continuava artilhado com seis peças. Por falecimento do
antecessor, foi nomeado como seu governador o major Matias José de
Almeida (17 de Novembro de 1820), encontrando-se a sua artilharia
reduzida a três peças em 1824. No contexto das Guerras Liberais, o forte
encontrava-se artilhado com cinco peças montadas (1831), tendo sido
abandonado pelo seu governador (Matias José de Almeida), que se retirou
para o norte (1833). Foi nomeado como seu governador o major José
Vitorino de Amarante (1836), que até então se encontrava de serviço no
Forte de São Lourenço do Bugio. Era governada em 1841 por Luís da Silva
Seabra, encontrando-se artilhado ainda com três peças do calibre 24
(1847). Encontravam-se no governo José de Gouveia Lobo Soares (1855) e
D. José Maria de Mendonça (1855). Desartilhado (1868), foram seus
governadores Joaquim José Esteves (1870) e Francisco Maria Esteves Vaz
(1874). Ao se encerrar o século, o forte era habitado apenas por um
soldado com a sua família (1896), sendo seu governador António Francisco
(1897).
No
início do século XX, foram seus governadores Francisco de Carvalho
Moreira Júnior (1909) e Frederico Augusto Guerra Soares, nomeado em 21
de Novembro de 1911, cargo, então, apenas simbólico. Durante a Segunda
Guerra Mundial residiam nas dependências do forte cinco famílias (1945),
computando-se, pouco após o conflito, vinte e sete adultos e diversas
crianças (1947). Este número elevava-se a cerca de quarenta indivíduos
em 1950, iniciando-se, em seguida, o processo para o seu desalojamento.
Em 1953, as instalações do forte foram cedidas à Administração do Porto
de Lisboa que, entretanto, jamais as utilizou. No ano seguinte, passaram
para o Secretariado-Geral da Defesa Nacional, iniciando-se então
grandes obras de conservação e beneficiação. Entre 1961 e 1962 as suas
dependências foram utilizadas como residência de veraneio do Ministro do
Exército. Após a Revolução dos Cravos (1974), o forte foi utilizado
como local de reuniões políticas. Por motivos de segurança de algumas
personalidades, procedeu-se a execução de um muramento, cuja demolição
se aguardava na actualidade.
Características
Pequena
fortificação marítima de traçado abaluartado, em estilo maneirista.
Erguida em alvenaria, sobre o portão principal uma lápide epigráfica
encimada pelas armas reais informa a conclusão das suas obras de
reedificação com a data de 1659.
Bibliografia
- CALLIXTO, Carlos Pereira. Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 2002.
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