O Forte do Bom Sucesso foi
edificado em 1780, sob a direcção do General Vallerée, entre as praias
de Bom Sucesso e Pedrouços, reforçando a linha defensiva de Belém. Na
mesma época foi edificada a residência do governador da fortaleza, no
perímetro do baluarte, a expensas da coroa.
Possivelmente,
a obra foi concluída nos primeiros anos do século XIX, atendendo-se à
inscrição colocada sobre uma das portas de entrada, onde se gravou
"[...] A REAL/ CROA PARA PATRIMO/ NIO DA FORTALEZA/ DO BOM ÇOCEÇO/ ANNO
DE 1802 ".
Embora
esteja muito degradado, o edifício mantém a estrutura de gosto
oitocentista. De planta rectangular, possui fachada principal dividida
em três panos, marcados por duas pilastras adossadas, dois registos e
águas furtadas.
Ao
centro, no piso inferior, abre-se um grande arco, que através de um
túnel permitia a passagem para a praia do Bom Sucesso, e que actualmente
se encontra entaipada. Do seu lado esquerdo foram rasgadas duas janelas
de peito, do direito duas portas.
No
piso superior abrem-se seis janelas de sacada, duas em cada pano, com
varandim de ferro. Ao nível das águas furtadas, existem seis mezzaninos.
A fachada posterior é em tudo semelhante à principal.
…
O Monumento - Objectivos
Para que se pudesse conceber o Monumento houve que definir objectivos, sendo os mais importantes, os seguintes:
1. Cumprir um acto de justiça, de homenagem àqueles que, como Combatentes, serviram Portugal no ex-Ultramar português;
2. Exercer uma acção cultural e pedagógica de exaltação do amor a Portugal;
3. Traduzir de uma forma simples, mas duradoura e pública, o reconhecimento de Portugal a todos esses combatentes
Local de Construção
Uma
vez definidos os objectivos a tomar em conta no projecto do Monumento,
houve que escolher o local em que este deveria ser implantado.
Assim,
e com a concordância do Exmo. Senhor Ministro da Defesa Nacional, do
Estado-Maior do Exército, do IPPAR e da Câmara Municipal de Lisboa, foi
decidido construir o Monumento junto ao Forte do Bom Sucesso, tomando em
consideração o seguinte:
1. Grande dignidade e tradições ímpares ligadas à nossa epopeia do Ultramar;
2. Fácil acesso ao público;
3.
Fácil acesso a altas entidades, nacionais e estrangeiras, para a
realização de actos solenes de homenagem à memória dos nossos
Combatentes;
4. Espaço adequado para a colocação de forças militares a integrar nas cerimónias de prestação daquelas homenagens;
5.
Possibilidade de integrar o Monumento no Forte do Bom Sucesso,
constituindo este um complemento do próprio Monumento onde poderão ser
instalados órgãos didácticos e de apoio que permitam evocar a acção dos
nossos Combatentes ao longo da nossa história e mostrar outros aspectos
tais como, toda a monumentalidade da zona em que se situa o Monumento.
Implementação e execução do Monumento
Para
o efeito foi constituída uma Comissão Executiva em 1987/07/09, por
mérito próprio, pelas Liga dos Combatentes, Sociedade de Geografia de
Lisboa, Sociedade História da Independência de Portugal, Associação de
Comandos, Associação dos Combatentes do Ultramar, Associação da Força
Aérea Portuguesa, Associação dos Especialistas da Força Aérea
Portuguesa, Associação dos Deficientes das Forças Armadas.
A
presidência da Comissão foi atribuída à Liga dos Combatentes que
promoveu todas as diligências, angariação de fundos, projecto, concurso
público de adjudicação e execução. A obra foi iniciada em 1993 e
inaugurada em 1994/01/15 em acto público presidido por Sua Excelência o
Presidente da República.
Os
objectivos a contemplar e a escolha do local, tendo em consideração os
parâmetros referidos anteriormente, conduziram à solução em presença,
que procura traduzir, através de um simples pórtico de grande dimensão o
seguinte:
1. Grande pureza formal e simbólica;
2. Grande simplicidade e carácter unitário;
3. A união entre todos os povos envolvidos na guerra do ex-ultramar português, sem constrangimentos nem ressentimentos.
A
homenagem a todos que morreram por Portugal, é feita através das
lápides colocadas na própria parede do Forte em que, a par das lápides
nominativas, elaboradas, segundo as listas oficiais por anos e por ordem
alfabética, existem duas lápides com o escudo nacional em que, na
primeira, se faz referência a todos os combatentes envolvendo mesmo
aqueles que, eventualmente, não constem nominativamente das lápides já
referidas e na segunda, lhes é prestada a homenagem de Portugal.
A
frieza da geometria do Monumento é quebrada pela "chama da Pátria" que,
ao manter-se sempre acesa, simboliza a perenidade de Portugal e a sua
continuidade através dos séculos. Todo este conjunto, Monumento
propriamente dito, e a sua envolvente, utilizando já as paredes do
Forte, constituem um todo, que simboliza a homenagem de Portugal a todos
os Combatentes que ao longo da nossa história defenderam os ideais
nacionais e a continuidade de Portugal como País independente. …
(Fonte: Liga dos Combatentes)
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