segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Superstição oculta o nome "Jeová"

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Em determinado período, surgiu entre os judeus uma idéia supersticiosa, de que era errado até mesmo pronunciar o nome divino (representado pelo Tetragrama). Não se sabe exatamente em que se baseou originalmente a descontinuidade do uso deste nome. Alguns sustentam que o nome era considerado sagrado demais para ser proferido por lábios imperfeitos. Todavia, as próprias Escrituras Hebraicas não apresentam nenhuma evidência de que quaisquer dos verdadeiros servos de Deus alguma vez hesitassem em proferir o nome Dele. Documentos hebraicos não-bíblicos, tais como as chamadas Cartas de Laquis, mostram que o nome era usado na correspondência comum na Palestina na última parte do sétimo século AEC.
Outro conceito sustenta que se pretendia impedir que povos não-judaicos conhecessem o nome e possivelmente o usassem mal. Todavia, o próprio Jeová disse que faria com que ‘seu nome fosse declarado em toda a terra’ (Êx 9:16; compare isso com 1Cr 16:23, 24; Sal 113:3; Mal 1:11, 14), para ser conhecido até mesmo aos seus adversários. (Is 64:2) De fato, o nome era conhecido e usado por nações pagãs tanto antes da Era Comum como nos primeiros séculos dela. (The Jewish Encyclopedia [A Enciclopédia Judaica], 1976, Vol. XII, p. 119) Outra alegação é que o objetivo era proteger o nome contra o uso em ritos mágicos. Neste caso, trata-se de raciocínio fraco, pois é óbvio que, quanto mais misterioso se tornasse o nome por falta de uso, tanto mais serviria para os objetivos dos praticantes da magia.

Quando se arraigou essa superstição?

Assim como não se tem certeza do motivo ou motivos originalmente apresentados para se descontinuar a usar o nome divino, assim também há muita incerteza quanto à época em que tal conceito supersticioso realmente se arraigou. Alguns afirmam que começou após o exílio babilônico (607-537 AEC). Esta teoria, porém, baseia-se numa suposta redução do uso do nome por parte de escritores posteriores das Escrituras Hebraicas, conceito este que um exame mais detido mostra inválido. Malaquias, por exemplo, foi evidentemente um dos últimos livros das Escrituras Hebraicas a ser escrito (na última metade do quinto século AEC), e dá grande destaque ao nome divino.

Muitas obras de referência sugerem que o nome deixou de ser usado por volta de 300 AEC. Evidência para esta data foi supostamente encontrada na ausência do Tetragrama (ou de uma transliteração dele) na tradução Septuaginta grega das Escrituras Hebraicas, iniciada por volta de 280 AEC. É verdade que as cópias mais completas dos manuscritos da Septuaginta agora conhecidas seguem uniformemente o costume de substituir o Tetragrama pelas palavras gregas Ký‧rios (Senhor) ou The‧ós (Deus). Estes manuscritos principais, porém, remontam apenas ao quarto e ao quinto séculos EC. Descobriram-se recentemente cópias mais antigas, embora em forma fragmentária, que provam que as cópias mais antigas da Septuaginta continham deveras o nome divino.

Uma delas são os restos fragmentários dum rolo de papiro duma parte de Deuteronômio, alistado como P. Fouad Inventário N.° 266. (FOTO, Vol. 1, p. 230) Apresenta regularmente o Tetragrama, escrito em caracteres hebraicos quadrados, em cada ocorrência no texto hebraico traduzido. Os peritos datam este papiro como do primeiro século AEC, e neste caso foi escrito quatro ou cinco séculos antes dos manuscritos já mencionados.

Esta Matéria Foi Retirada do Livro "Estudo Perspicaz"
Publicado Pelas Testemunhas de Jeová

E adaptada por
Pedro Ribeiro


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