O que significa ser
amigo online? Criou-se outra categoria para a amizade com a
popularização das redes sociais? Uma fotografia colocada na Internet
pode ir parar a um site de serviços sexuais? Questões como estas devem
servir de ponto de partida para conversas entre pais e filhos
adolescentes.
Havendo consciencialização dos riscos online,
previne-se danos, defendeu Cristina Ponte, após o lançamento do Centro
de Segurança Familiar da Google, ontem, no Dia da Internet Segura.
"Os riscos estarão sempre lá, mas o mais importante é ter ferramentas para que se evitem problemas", explicou a coordenadora pelos estudos "Kids Online" em Portugal, que, entre outras coisas, concluiu que os jovens portugueses são dos que fazem mais uso do computador no seu quarto, podendo, por isso escapar a uma maior vistoria dos pais.
Como medidas de prevenção, Cristina Ponte propõe "mediação activa" da parte dos progenitores, baseada em conversas sobre práticas e conteúdos; e realização de actividades online com os filhos. "Os estudos indicam que quem mais tempo passa diante do computador, apesar de mais exposto a riscos, também se sabe defender melhor".
O mais importante será dialogar, analisar os novos hábitos juntamente com os filhos, para os deixar atentos. Um dos jovens inquiridos, conta Cristina Ponte, de apenas nove anos, já sabia distinguir amigos do Facebook dos amigos mesmo amigos, aos quais, disponibilizava com critério, informações a seu respeito.
O Centro de Segurança Familiar da Google apresenta vários tipos de filtros que podem ser accionados de forma automática pelos pais. Utilizando o endereço google.pt/familiaysafety, qualquer encarregado de educação encontra várias modalidades para evitar acesso a determinados conteúdos, passíveis, aliás, de ser controladas mediante uso de senhas.
Para Jorge Duque, representante da Polícia Judiciária na conferência organizada pela Google, a tónica ao nível da prevenção está em não disponibilizar dados privados. "É preciso reflectir, pensar duas vezes, antes de expor online o que quer que seja", sublinhou. Entre os crimes mais comuns registados em Portugal, estão as vinganças entre casais desavindos, e consequente exposição de fotos e textos a humilhar o ex-parceiro.
"Existe a ilusão de que o material não sai dali, onde o colocamos, mas não é verdade", disse. "Uma foto de um perfil pode ser roubada e usada num anúncio de natureza sexual, ou noutro perfil de Facebook estrangeiro, já para não falar das de crianças", alertou, já à margem da conferência. "Depois, se é usada num site norte-americano, por exemplo, torna-se muito difícil retirá-la".
Deixou ainda outro aviso: "Mesmo o que se escreve fica registado e pode vir a ser usado indevidamente, e como temos tendência a ser mais íntimos a escrever do que muitas vezes face a face, convém ter presente que não se deve contar aspectos íntimos da nossa vida".
O psicólogo Eduardo Sá condenou a diabolização da Internet e valorizou o conhecimento por ela disponibilizado, que pode ser usado como medida preventiva. "Os pais são o princípio da segurança dos filhos", apontou. "Educar", lembra, "não se baseia em dar bons conselhos, mas em dar bons exemplos".
A propósito do facto de os jovens portugueses estarem entre os que mais se "barricam no quarto" com o computador, acrescentou: "O quarto também não tem de ser um espaço com autonomia administrativa". O grave é haver "exclusão da vida familiar" ou que as "redes sociais se transformem numa substituição da família".
Jornal de Noticias
"Os riscos estarão sempre lá, mas o mais importante é ter ferramentas para que se evitem problemas", explicou a coordenadora pelos estudos "Kids Online" em Portugal, que, entre outras coisas, concluiu que os jovens portugueses são dos que fazem mais uso do computador no seu quarto, podendo, por isso escapar a uma maior vistoria dos pais.
Como medidas de prevenção, Cristina Ponte propõe "mediação activa" da parte dos progenitores, baseada em conversas sobre práticas e conteúdos; e realização de actividades online com os filhos. "Os estudos indicam que quem mais tempo passa diante do computador, apesar de mais exposto a riscos, também se sabe defender melhor".
O mais importante será dialogar, analisar os novos hábitos juntamente com os filhos, para os deixar atentos. Um dos jovens inquiridos, conta Cristina Ponte, de apenas nove anos, já sabia distinguir amigos do Facebook dos amigos mesmo amigos, aos quais, disponibilizava com critério, informações a seu respeito.
O Centro de Segurança Familiar da Google apresenta vários tipos de filtros que podem ser accionados de forma automática pelos pais. Utilizando o endereço google.pt/familiaysafety, qualquer encarregado de educação encontra várias modalidades para evitar acesso a determinados conteúdos, passíveis, aliás, de ser controladas mediante uso de senhas.
Para Jorge Duque, representante da Polícia Judiciária na conferência organizada pela Google, a tónica ao nível da prevenção está em não disponibilizar dados privados. "É preciso reflectir, pensar duas vezes, antes de expor online o que quer que seja", sublinhou. Entre os crimes mais comuns registados em Portugal, estão as vinganças entre casais desavindos, e consequente exposição de fotos e textos a humilhar o ex-parceiro.
"Existe a ilusão de que o material não sai dali, onde o colocamos, mas não é verdade", disse. "Uma foto de um perfil pode ser roubada e usada num anúncio de natureza sexual, ou noutro perfil de Facebook estrangeiro, já para não falar das de crianças", alertou, já à margem da conferência. "Depois, se é usada num site norte-americano, por exemplo, torna-se muito difícil retirá-la".
Deixou ainda outro aviso: "Mesmo o que se escreve fica registado e pode vir a ser usado indevidamente, e como temos tendência a ser mais íntimos a escrever do que muitas vezes face a face, convém ter presente que não se deve contar aspectos íntimos da nossa vida".
O psicólogo Eduardo Sá condenou a diabolização da Internet e valorizou o conhecimento por ela disponibilizado, que pode ser usado como medida preventiva. "Os pais são o princípio da segurança dos filhos", apontou. "Educar", lembra, "não se baseia em dar bons conselhos, mas em dar bons exemplos".
A propósito do facto de os jovens portugueses estarem entre os que mais se "barricam no quarto" com o computador, acrescentou: "O quarto também não tem de ser um espaço com autonomia administrativa". O grave é haver "exclusão da vida familiar" ou que as "redes sociais se transformem numa substituição da família".
Jornal de Noticias
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