Designação
Localização
Setúbal, Alcácer do Sal, Santa Maria Castelo
Acesso
Encosta do Castelo, Est. do Bom Jesus dos Mártires, do lado N., ou por várias calçadas partindo do centro da vila, do lado S.
Enquadramento
Rural,
cume de outeiro, isolado. Sobranceiro à vila, ao rio e aos terrenos
adjacentes. Dentro do recinto do castelo encontra-se a Igreja de Santa
Maria do Castelo.
Descrição
Planta
irregular. 2 linhas diferenciadas de muralha, intercaladas por torres a
intervalos irregulares, assentes na rocha e envolvendo o morro, uma do
lado N., outra a S. Do lado N. a muralha e as torres, com adarve
envolvente, são rematadas, em quase toda a sua extensão, por merlões
quadrangulares; as torres mostram planta quadrangular; a NE., no extremo
do circuito, a torre do Algipe, de base quadrada transformada em
octógono por 4 taludes triangulares; no extremo NO. 2 torres mais
elevadas flanqueiam um pano de muralha rasgado inferiormente por um arco
redondo e superiormente por uma fiada de arcos menores, também a pleno
centro. A S. resta apenas a parte inferior da muralha e da maior parte
das torres; a SO. ergue-se uma torre ameada, a meio da linha de
muralhas, a torre do relógio. Intramuros, encostado ao pano de muralha
NO., as ruínas do Convento de Aracoeli, com comunicação com o corpo
rasgado por arcos e flanqueado por torres; igreja com coro duplo, nave
única rectangular já sem cobertura, capela-mor orientada, também
rectangular, rematada por zimbório; do lado N. encosta-se o claustro de 4
alas e 2 pisos, o inferior rasgado por arcos redondos sobre pilastras, o
superior por janelas de sacada, com moldura lisa e verga em arco
rebaixado. O convento e a igreja abrem para o recinto do castelo.
Utilização Inicial
Militar: castelo / cultual: convento de freiras clarissas
Utilização Actual
Turística: pousada / Cultural e recreativa: museu arqueológico
Época Construção
Séc. 12 / 13 / 16 / 20
Arquitecto | Construtor | Autor
ARQUITECTO: Diogo Lino Pimentel (projecto de adaptação a pousada) / DECORADOR: Madalena Pimentel
Cronologia
Séc.
12 - construção provável do actual castelo, que terá sucedido a
anteriores fortificações; 1158 - conquista por D. Afonso Henriques; 1191
- reconquista árabe - o torreão oitavado terá sido construído durante
esta ocupação; 1217 - reconquista definitiva por D. Afonso II, que o doa
à Ordem de Santiago, que aqui ficará sedeada até à sua transferência
para Mértola; 1289 - reconstrução do castelo; 1570 - Rui de Salema e sua
mulher D. Catarina de Souto Maior fundam o convento de Aracoeli de
freiras clarissas, no interior do castelo, no local onde tinham
funcionado os Paços dos Comendadores da Ordem de Santiago e os Paços
Reais; 1969 - estragos provocados pelo sismo; séc. 20, anos 90 - início
das obras de recuperação do castelo a pousada e a descoberta de um fórum
romano; 1998, 16 Maio - inauguração da pousada; 2000 - anúncio de
concurso público para adjudicação da empreitada de contenção e segurança
dos taludes, publicado no DR III série, nº 215 de 16 de Setembro.
Tipologia
Arquitectura
militar islâmica, românica. Panos de muralha verticais, coroados por
merlões quadrangulares, reforçados por torres. A torre oitavada
assemelha-se a 2 torres de Cáceres, à torre albarrã de Badajoz e à torre
del'Oro de Sevilha, do período almóada.
Características Particulares
Estabelecimento de hotelaria inserido na rede Pousadas de Portugal, integrado no grupo das Pousadas Design Histórico.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes e estrutura mista
Materiais
Taipa, alvenaria e cantaria de pedra, betão armado.
Intervenção Realizada
1958
/ 60 - consolidação de muralhas do lado S: demolição de alvenaria de
pedra e de taipa nas zonas em perigo de ruína; construção de alvenaria
no recalçamento das fundações e em elevação para suporte de taipa e de
terras subjacentes, em gigantes e muralhas; 1963 - consolidação de
muralhas do lado N: demolição de zonas da muralha de difícil
consolidação, recalçamento da muralha, reparação de paramentos, com
encasque com pedra reaproveitada; 1966 - consolidação das muralhas a O
nos mesmos moldes, reparação de coberturas de todos os elementos afectos
à muralha; 1967 - continuação da consolidação da muralha do lado S;
1969/70 - consolidação da cobertura da igreja nas zonas mais destruídas,
execução de cintas em betão armado no escoramento das paredes internas,
de estrutura pré-esforçada na cobertura das alas do claustro,
conservação das paredes e muralhas junto da igreja; 1971 - consolidação
de troços instáveis da muralha: recalçamento de fundações, enchimento de
vazios nos paramentos, acabamento com alvenaria imitando taipa; 1975 -
recalçamento da muralha a O da torre do relógio e elevação da taipa até
ao nível da rua; 1972 - continuação da conservação das muralhas em taipa
e em alvenaria do lado N, elevação dos torreões do lado E., encasque da
torre do relógio; 1982 / 1983 - recuperação de adarves e de ameias,
continuação dos restauros da muralha em taipa e dos paramentos
exteriores de muralhas e torreões; 1985 - reconstrução de torreão em
alvenaria de pedra, com acabamento imitando taipa; 1986 / 1987 / 1988 -
obras de valorização e recuperação: reconstrução, beneficiação e
consolidação das muralhas e torreões; 1995 - obras de construção da
Pousada; escavações arqueológicas.
Observações
O
castelo teria inicialmente 30 torres, com mais de 25 m de altura e uma
torre de menagem de maiores dimensões, 2 portas, uma a N., a Porta Nova,
outra a E., a Porta de Ferro ). As escavações arqueológicas realizadas
no Castelo de Alcácer do Sal revelaram construções da fase Almóada,
Califal e do período da Taifas.